sábado, 19 de maio de 2012


                     Legado grego

Nadyne Letícia - O legado grego foi entre os gregos mais especificamente entre os atenienses que a cidade passou a significar mais do que um lugar onde reuniam as atividades do comercio, adiministração, defesa, cultura e religião e passou a ser uma comunidade politica.

 Habitantes das 
cidades gregas partilhavam algumas instituições e práticas culturais importantes. A principal, sem dúvida, era a língua. Outra era a religião, presente em todos os aspectos da vida, das artes, da política, dos costumes.


Esplendor artístico


Pintura mural em Cnossos.

Adrissa A arquitetura e a escultura eram a expressão máxima da criatividade dos gregos. Os templos constituíam o principal e quase único requinte das cidades-Estado. Relativamente pequenos, não se destinavam a abrigar fiéis; guardavam apenas a estátua da divindade, seus tesouros e as oferendas recebidas. Muitos templos eram retangulares, cercados de colunas, e neles predominavam as linhas retas. Uma característica importante da arquitetura grega era a ausência do arco e da abóbada.

 Na arquitetura identificam-se três estilos. O principal e mais antigo deles é o dórico, caracterizado pela simplicidade e pela solidez. Mais tarde, desenvolveu-se o estilo jônico, com construções mais leves e graciosas. No século IV a.C., destacou-se o estilo coríntio, mais rebuscado que os anteriores, distinguindo-se pela riqueza e abundância de detalhes.
 Um dos mais belos monumentos da arquitetura grega é o Partenon, construído em Atenas durante o governo de Péricles. O templo foi erguido em homenagem a deusa Palas Atenas e reúne características do estilo dórico.
 A escultura tinha por objetivo principalmente reproduzir, de forma idealizada, o corpo humano, de modo a representá-lo como um objeto belo e harmônico em si mesmo. No início, apresentava nítida influência egípcia. Posteriormente, adquiriu características próprias, como a vitalidade e o equilíbrio das formas representadas. Os grandes escultores gregos foram Fídias, Míron e Praxíteles.

Os primeiros historiadores

 Adrissa - Os gregos, como outros povos, procuravam conhecer e explicar suas origens. Para isso, recorriam aos mitos e as lendas, que, em geral, descreviam as façanhas de deuses ou de heróis, dotados de poderes extraordinários. Todavia, surgiu entre eles uma preocupação em relatar acontecimentos históricos sem recorrer às narrativas míticas.
 O primeiro grego que fez isso foi Heródoto (484-425 a.C.), o “pai da história”. Após passar um longo tempo viajando pelo Egito, pelo Império Persa e por muitos outros lugares, escreveu sua obra com base nas informações obtidas. Heródoto, porém, não chegava a ser um racionalista perfeito. Deixava-se, muitas vezes, levar em seus relatos por explicações místicas e lendárias. Apesar disso, revelou uma atitude crítica em relação às fontes.

O fundador da história científica

 O ateniense Tucídides (460-400 a.C.) pode ser considerado o fundador da história científica. Escreveu a História da Guerra do Peloponeso , composta de oito livros, dos quais alguns se perderam.
 Em seu trabalho não havia lugar para mitos, lendas ou deuses. Ao contrário, como ele mesmo declara, sua intenção era apresentar os acontecimentos históricos de tal maneira que sua obra jamais perdesse o valor. A certa altura, ele escreveu:
 “Pelo que se refere aos fatos, não me baseei no dizer do primeiro que chegou ou nas minhas impressões pessoais; não narrei senão aqueles de que eu próprio fui espectador ou sobre os quais obtive informações precisas e de inteira exatidão”. 

A reflexão filosófica


O filósofo Platão.
 Elivelton - A palavra filosofia significa “amor” ou “amizade pela sabedoria” (do grego philo ou philia = amor, amizade; sophia = sabedoria).
 Os primeiros filósofos viveram na Jônia, região da Ásia Menor, onde estavam em contato direto com as sociedades orientais, particularmente a do Egito e as da Mesopotâmia. Nessa região, destacou-se o matemático e astrônomo Tales de Mileto. Outros filósofos desse primeiro momento foram Pitágoras, Anaximandro, Heráclito, Parmênides e Demócrito. Nesse período, as principais preocupações diziam respeito à natureza do mundo e ao sentido da vida.
 Na segunda metade do século V a.C., a atenção dos pensadores deslocou-se para os problemas da vida social e política. Essa nova tendência iniciou-se com uma corrente filosófica denominada sofista.
 O mérito dos sofistas foi popularizar a filosofia e discutir questões importantes, como a escravidão e a guerra. Segundo os sofistas, não existem verdades absolutas; haveria apenas verdades particulares, válidas para cada situação. Protágoras, o mais destacado entre eles, afirmava: O homem é a medida de todas as coisas.

Sócrates, Platão e Aristóteles

 Sócrates e Platão foram dois dos principais filósofos do século IV a.C. Sócrates acusava os sofistas de não procurarem o verdadeiro saber. Defendia a existência de verdades válidas universalmente. A frase “Conhece-te a ti mesmo” é um exemplo de seus ensinamentos. Foi condenado a morte pelas autoridades de Atenas, sob a acusação de corromper a juventude, violar as leis e os preceitos da religião. Sócrates nada escreveu. Tudo o que se sabe a seu respeito foi transmitido por seus discípulos, dos quais o principal foi Platão.
 Ao contrário de Sócrates, Platão deixou registros de seu pensamento em obras como O banquete e A república. Fundou a Academia de Atenas e introduziu a concepção idealista, segundo a qual as idéias são essências eternas e imutáveis, dotadas de existência própria, e as coisas materiais seriam apenas manifestações imperfeitas da idéias universais. Platão exerceu grande influência sobre filósofos posteriores, como Santo Agostinho, teólogo cristão do início da Idade Média.
 O pensamento filosófico desse período foi sistematizado, em grande parte, por Aristóteles. Ex-discípulo de Platão, Aristóteles foi tutor de Alexandre, o Grande. Fundador do Liceu em Atenas, seu pensamento abarcou quase todos os ramos da filosofia e das ciências naturais. Foi ele quem iniciou o estudo sistemático da lógica. Uma de suas obras mais conhecidas é A política, na qual analisou as diferentes formas de governo.

A escravidão, segundo Aristóteles

 As propriedades são uma reunião de instrumentos e o escravo é uma propriedade instrumental animada (...) Se cada instrumento pudesse executar por si próprio a vontade a vontade ou o pensamento do dono (...), se (por exemplo) o arco pudesse tirar sozinho da cítara os sons desejados, os arquitetos não teriam necessidade de operários, nem os senhores teriam necessidade de escravos.
 Todos aqueles que nada têm de melhor para nos oferecer que o uso do seu corpo e do que seus membros são condenados pela natureza à escravidão. É melhor para eles servir que serem abandonados a si próprios. Numa palavra, é naturalmente escravo quem tem tão pouca alma e tão poucos méis que deve resolver-se a depender de outrem (...) Útil ao próprio escravo, a escravidão é justa.” 

A cultura no Período Helenístico

 Elizabete - Com as conquistas de Alexandre da Macedônia, a cultura no Mundo Antigo sofreu grandes transformações. No século III a.C., Alexandria, no Egito, se tornaria o principal pólo de produção intelectual. Nessa cidade, em princípios do século III a.C., foi construída uma grandiosa biblioteca, que chegou a ter quatrocentos mil volumes, atraindo inúmeros pensadores, vindos de diversas regiões.
 Além da biblioteca havia o Museu, um centro de pesquisa mantido pelo governo. Nele trabalharam importantes pensadores, como Euclides (geômatra),Arquimendes (físico e matemático), Eratóstenes (geógrafo e astrônomo) e Aristarco (astrônomo).

Epicurismo e Estoicismo

 No campo da filosofia, durante o helenismo, destacaram-se Epicuro e Zenão, que viveram em Atenas e foram os criadores, respectivamente, do epicurismo e do estoicismo.
 A filosofia epicurista, baseada no desenvolvimento do espírito e na prática das virtudes, procurava atingir o bem pela busca do prazer. Já o estoicismo defendia a harmonia entre os indivíduos e a natureza. Argumentava que o prazer e a dor eram insignificantes diante da verdadeira felicidade. Propunha o desprendimento em relação aos bens materiais e defendia a fraternidade humana.

História

 Na área da história, nome de destaque é o de Políbio, que viveu no século II a.C. Sua principal obra, História geral, narra a conquista dos territórios dos reinos helenísticos pelos romanos.

                 A Cultura Grega

Religião 

 Nadyne Letícia - Os gregos adoravam vários deuses, e os representavam sob a forma humana. Portanto, sua religião era politeísta e antropomórfica. Os deuses habitavam o monte Olimpo. No monte Olimpo habitavam 15 deuses, são eles: 

Zeus - Deus do céu e Senhor do Olimpo; 
Héstia - Deusa do lar; 
Hades - Deus do mundo subterrâneo (inferno), 
Deméter - Deusa da agricultura; 
Hera - Deusa do casamento; 
Posêidon - Deus dos mares 
Ares - Deus da guerra; 
Atena - Deusa da inteligência e da sabedoria; 
Afrodite - Deusa do amor e da beleza; 
Dionísio - Deus do vinho, do prazer e da aventura; 
Apolo - Deus do Sol, das artes e da razão; 
Artemis - Deusa da Lua, da caça e da fecundidade animal; 
Hefestos- Deus do fogo; 
Hermes - Deus do comércio e das comunicações. 
Asclépio - Deus da medicina. 
As três Graças; 
As noves Musas; 
Eros; 
As Horas; 
As Moiras. 

Literatura
 Nadyne Letícia - A Grécia tem uma rica e notável tradição literária com mais de 2800 anos de existência e com influências em várias épocas e culturas. A época clássica da sua literatura é a mais comumente lembrada. Ela tem início em 800 A.C. e estendeu sua influência até o início de período bizantino, a partir dali, o cristianismo influenciou um novo desenvolvimento dos escritos gregos. Muitos dos elementos da velha tradição estão reflectidos na literatura grega morderna, inclusive nas obras de dois ganhadores do Nobel: Odysseus Elytis e Giórgos Seféris.

Teatro
  Jorge Tadeu - O teatro grego 

 Teve suas origens ligadas a Dionísio, divindade da vegetação, da fertilidade e do vinho, cujos rituais tinham um caráter orgiástico.

Teatro de Dionísio em reconstituição do século XIX.


 Seu florescimento ocorreu entre 550 a.C. e 220 a.C., sendo cultivado em especial em Atenas, que neste período também conheceu seu esplendor, mas espalhou-se por toda a área de influência grega, desde a Ásia Menor até a Magna Grécia e o norte da África. Sua tradição foi depois herdada pelos romanos, que a levaram até as suas mais distantes províncias, e é uma referência fundamental na cultura do ocidente até os dias de hoje.
 As encenações eram feitas por homens, que usavam máscaras. Os escritores trágicos mais importantes foram:
§  Ésquilo, autor de Os Persas e Sete contra Tebas;
§  Sófocles, cujas principais obras são Édipo Rei, Electra e Antígona;
§  Eurípedes, que escreveu As bacantes e Medéia;
§  Aristófanes, que na comédia se destacou como autor de A paz e As vespas.



Os Gêneros 


Tragédia

  A tragédia é o gênero mais antigo, tendo surgido provavelmente em meados do século VI a.C. Os temas da tragédia eram oriundos da religião ou das sagas dos heróis, sendo raras as tragédias que se debruçavam sobre assuntos da época (um exemplo de passada que abordava temas contemporâneos foi Os Persas de Ésquilo). A maioria das tragédias retrata a queda de um herói, muitas vezes atribuída à sua arrogância (hybris).


Comédia
 A comédia passou a integrar as Grandes Dionísias em 488 a.C., tendo tido portanto um reconhecimento meio século depois da tragédia. No ano de 440 a.C. a comédia foi também introduzida nas Leneias, outro festival em honra Dioniso no inverno. Na comédia o coro assumia uma importância maior que na tragédia e verificava-se uma maior interactividade com o público, já que os actores dialogavam com este.
 Da Comédia Antiga apenas sobreviveram os trabalhos de Aristófanes, que se inspiram na vida de Atenas e que se caracterizam pela crítica aos governantes (Os Cavaleiros, Os Acarnenses), à educação dos sofistas (As Nuvens) e à guerra (Lisístrata). Um dos políticos mais criticados por Aristófanes foi Cléon, que teria levado Aristófanes aos tribunais por se sentir ofendido.
 A Comédia Nova desenvolveu-se a partir da morte de Alexandre Magno em 323 a.C. até 260 a.C. Teve em Menandro um de seus representantes. A política já não era um dos temas explorados, preferindo-se enredos que giravam em torno de identidades falsas, intrigas familiares e amorosas.
Os teatros

Um teatro grego típico com a designação de suas várias partes.
  Os teatros (de theatron, "local onde se vê") surgiram a partir do século VI a.C.. Julga-se que antes disso as primeiras representações teatrais seriam realizadas em locais públicos como a ágora de Atenas.
 Os teatros situavam-se ao ar livre, nos declives das encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica. Inicialmente os bancos eram feitos de madeira, mas a partir do século IV a.C. passaram a ser construídos em pedra.
Escultura
 Elivelton - Se refere às obras escultóricas criadas na Grécia entre o período Dedálico (650-600 a.C.), quando a arte grega começou a formar um estilo próprio original, e a época do seu último florescimento importante, na chamada era Helenística, que durou até cerca de 100 a.C., quando o país já estava sob domínio romano.
 A escultura é uma das mais importantes expressões artísticas da cultura grega. Exerceu decisiva influência sobre a arte romana, inseminou uma grande variedade de culturas do norte da África, do Oriente Próximo e Oriente Médio, penetrou até a Índia durante a época de Alexandre, o Grande, definiu muitos dos principais parâmetros da arte da Renascença e do Neoclassicismo, e é uma referência das mais relevantes mesmo nos dias de hoje para toda a cultura do Ocidente.

 A Vênus de Milo, uma das mais célebres estátuas de todos os tempos, obra de 
Alexandros de Antioquia, atualmente no Louvre.

Arquitetura
 Elizabete - A cultura grega desenvolve-se principalmente na península do Peloponeso, nas ilhas próximas e na costa mediterrânea próxima à atual Turquia, durante o segundo e primeiro milénios a.C. O período considerado mais importante da cultura e da arquitetura grega é aquele que se desenvolve entre o séculos VII a.C. e IV a.C. Concentra-se na arquitetura religiosa templos – com grande rigor de dimensões, estabelecendo proporções matematicamente precisas; os templos são construídos de pedra (mármore).
 O 
Parthenon – templo dedicado à deusa Atena, na Acrópole de Atenas –, erguido entre 447 a.C. e 438 a.C., no governo de Péricles, é uma das mais conhecidas e admiradas construções do período. Um traço marcante da arquitetura grega é o uso de colunas, estabelecendo "ordens" características: dórica, jônica e coríntia. A arquitectura classica tem como princípios a racionalidade a ordem a beleza e a geometria.


 Partenon, em Atenas, Grécia.

Os jogos Olímpicos
 Jorge Tadeu - Eram um festival religioso e atlético que se realizava de quatro em quatro anos no santuário de Olímpia em honra de Zeus. A data tradicional atribuída à primeira edição dos Jogos Olímpicos é 776 a.C Os Jogos Olímpicos eram os mais importantes jogos pan-helénicos, tendo sido proibidos pelo imperador cristão Teodósio I em 393, por serem uma manifestação de rituais do paganismo.
 Uma importante fonte sobre os jogos é Pausânias (século II d.C.), autor do livro Descrição da Grécia, um guia da Grécia baseado nas suas viagens pelo território. Outra importante fonte é um tratado sobre a ginástica de Filóstrato de Lemnos (século II-III d.C).
 A escultura e a cerâmica gregas representaram não só os atletas como a própria prática desportiva. No que diz respeito à escultura, que tinha no bronze e no mármore os materiais predilectos, muitos trabalhos sobreviveram apenas como cópias da era romana.

Democracia
 Nadyne Letícia - A cidade de Atenas é considerada o berço da democracia. Os cidadãos atenienses (homens, nascidos na cidade, adultos e livres) eram aqueles que podiam participar das votações que ocorriam na Ágora (praça pública). Decidiam, de forma direta, os rumos da cidade-estado.